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Inventário Florestal é o procedimento para obter informações sobre as características quantitativas e qualitativas da floresta e de muitas outras características das áreas sobre as quais a floresta está desenvolvendo (HUSH et al. 1993).
De acordo com Soares et al. (2006) um inventário florestal completo pode fornecer diversas informações entre elas:
De acordo com Péllico Netto e Brena (1997), os inventários florestais podem ser classificados em diversos tipos de acordo com seus objetivos, abrangência, forma de obtenção dos dados, abordagem da população no tempo e grau de detalhamento dos seus resultados.
São inventários realizados para atender a demanda de uma empresa florestal, tais como conhecimento da dinâmica da floresta, elaboração de plano de manejo e exploração florestal
São utilizados para instruir o poder publico na formulação de políticas de conservação, desenvolvimento e usados recursos florestais.
São inventários extensivos que cobrem países inteiros, visando fornecer as bases para a definição de políticas florestais e para a elaboração de planos de desenvolvimento e uso das florestas.
Realizado em grandes áreas com o objetivo de embasar planos estratégicos de desenvolvimento regional, adoção de medidas visando preservar certas espécies, estudos de viabilidade de empresas florestais.
São os mais comuns e constituem a maioria dos inventários florestais. Em geral, visam determinar o potencial florestal para utilização imediata ou embasar a elaboração de planos de manejo.
Nesse tipo de inventário todos os indivíduos da população são observados e medidos, obtendo-se os valores reais ou verdadeiros, isto é, os parâmetros da população.
Nesse tipo de inventário adota-se o procedimento de amostragem, ou seja, observa-se apenas parte da população e obtém-se uma estimativa dos seus parâmetros, a qual traz consigo um erro de amostragem.
Constitui a base do manejo florestal, pois expressa o comportamento de uma espécie ao longo do tempo, em um determinado sítio, submetida a um regime de manejo definido, desde a implantação até o final da rotação. Neste método são apresentadas as estimativas dos parâmetros dendrométricos das árvores e dos povoamentos de uma espécie, por sítio e idade, para um determinado sistema de manejo. Desse modo, pode-se avaliar uma floresta a partir da identificação do sítio, espécie e idade, obtendo-se as informações necessárias diretamente na tabela de produção.
São caracterizados por uma única abordagem da população no tempo. Desse modo a estrutura da amostragem definida para o inventário é materializada para uma única coleta de dados.
São caracterizados por várias abordagens da população no tempo, isto é, o inventário é repetido periodicamente. A estrutura de amostragem é materializada de modo duradouro, tendo em vista as sucessivas coletas de dados.
Este tipo de inventário é aplicado em geral em grandes áreas em nível de estado ou país. Os principais objetivos dos inventários exploratórios são: avaliar a cobertura florestal de determinada região, sua localização, extensão e caracterizar os tipos florestais existentes.
Fornecem informações generalizadas que permitem identificar e delimitar áreas de grande potencial madeireiro, detectar áreas que sejam passíveis de uso indireto (recreação, lazer), indicar áreas com vocação florestal, entre outros.
Este tipo de levantamento é realizado com base nos resultados do inventário florestal de reconhecimento, sendo suas principais características: fornecer estimativas mais precisas relacionadas aos parâmetros da população florestal; ter escala compatível com o nível de informações que se quer obter (normalmente entre 1:50000 e 1:100000); permitir a definição de áreas para exploração florestal através de talhões de tamanhos variáveis normalmente entre 10 e 100 ha.
Todo o processo de inventário florestal é divido em três etapas de grande importância e que devem ser feitos sem qualquer erro, pois podem comprometer toda atividade.
Caso tenha dificuldades e deseja aprender mais sobre isso, temos uma qualificação em Planejamento e Execução de Inventários Florestais. Entre em contato.
Para execução de um Inventário Florestal, deve-se considerar o planejamento das ações no campo como, alocação das parcelas no mapa para definição de acessos e cronograma de ação; o levantamento de dados biofísicos a partir da alocação de parcelas amostrais, coleta dos dados para realizar o cálculo de amostragem e suficiência amostral em campo, bem como as análises críticas para definir impactos ambientais e ações mitigadoras, que irão compor o Relatório Técnico.
Diante do exposto, deve-se elaborar um plano de execução que deverá constar a definição da equipe técnica, definição da metodologia a ser utilizada, bem como o levantamento da legislação e normas técnicas aplicáveis, na esfera federal, estadual e municipal.
Nesta etapa, de posse de todo material selecionado e dimensionado, e de toda a logística previamente estabelecida, com local de hospedagem e alimentação acertados, inicia-se o trabalho de campo do inventario florestal.
É fundamental ter em mãos o mapa e croqui da área e a impressão das planilhas de campo, organizadas com as informações dos anotadores e medidores, bem como o número do fragmento, talhão ou projeto e da parcela a ser medida. Recomenda-se a impressão de um número maior de folhas das planilhas de campo para cobrir eventuais erros ou situações nas quais a planilha é danificada.
Nesta fase é primordial a supervisão do Engenheiro Florestal, no intuito de se minimizar os erros de medição, e verificar a proteção dos membros da equipe através do reforço da utilização dos equipamentos de proteção individual e coletivos.
Para isso é fundamental no início da excussão do inventario florestal, uma reunião com a equipe para passar as recomendações necessárias, afinar as técnicas necessárias e combinar as frequências dos comunicadores, os pontos de encontro e acertar os horários de almoço e café.
De posse das informações de campo, para realizar o processamento dos dados de forma rápida, precisa e confiável, a dica é utilizar um software o melhor e mais completo sistema para elaboração e processamento de inventários florestais. Os cálculos e resultados obtidos através do software atendem a legislação de todos os estados do território nacional.
Com o avanço da tecnologia, o trabalho realizado pelo profissional acabou sendo melhorado e as chances de erro durante qualquer uma das etapas foi diminuindo. Diversas outras ferramentas pode ajudar no campo.
Dentre essas, podemos citar:
Como forma de se levantar o máximo de informações possíveis sobre os recursos florestais do Brasil, são realizadas medições periódicas em todos os biomas presentes no Brasil. O Inventário Florestal Nacional (IFN) é um dos principais levantamentos realizados pelo governo e possui uma metodologia única, como abrangência nacional.
A coleta de dados do IFN é realizada em pontos distribuídos a cada 20 km de distância por todo o país. São produzidas informações detalhadas e de forma regular sobre aspectos como a estrutura, composição, saúde e vitalidade das florestas, biomassa, estoques de madeira e de carbono.
A realização de tal documentação é uma necessidade para o Brasil, visto que boa parte de nosso território é coberto por florestas, o que torna tal prática um grande desafio.
Além de ser uma base de dados sobre as florestas brasileiras, tais informações servem de insumo para a criação de políticas públicas, uso sustentável, recuperação e conversação de recursos florestais.